Escrevo essa mensagem a vocês jovens e adolescentes e também àqueles que ainda não se prontificaram a conhecer o Livro Sagrado que traduz em si a mensagem de paz e salvação para nossas vidas. Falo da Bíblia Sagrada, armadura de todo cristão, que deseja seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e combater as misérias que nos assolam a cada dia.
Fiz a leitura de um livro do Monsenhor Jonas Abib (A Bíblia no meu dia a dia - 5ª Ed - Editora Canção Nova), o qual ensina como realizar um bom estudo bíblico, de modo a fazer com que a Palavra de Deus se torne um alimento forte em nossas vidas. Assim como comemos, bebemos e nos banhamos todos os dias, também devemos buscar conhecer e aprofundar sobre o que nos ensina a Sagrada Bíblia para que estejamos preparados para os momentos de tribulações e não nos percamos no caminho. O Malígno está à solta e quer nos envolver a todo instante. Por isso, devemos procurar nos armar para a guerra, combatendo a cada dia o pecado em nossas vidas e para isso os ensinamentos bíblicos nos fortalecem, para que estejamos preparados para servir o Exército de Jesus Cristo. Queridos jovens, busquem conhecer o amor de Deus refletindo a Sua Palavra, para que possam amá-lo a cada dia mais e melhor, como convém ao Senhor e assim poderão ter a certeza de que estarão vivendo unidos com Ele, pois “aquele que vive no amor vive unido com Deus”(1Jo,4,16). Compartilho com vocês as regras de ouro de se fazer uma boa leitura bíblica, e sendo este, o mês dedicado a Bíblia, lanço-lhes um desafio: Que tal os jovens e adolescentes buscarem formar grupos de estudo bíblico, conhecendo melhor a Palavra de Deus e tornando-se verdadeiros jovens fortes e preparados para enfrentar os desafios da vida? Basta vocês quererem e o Espírito conduzirá os seus caminhos. Contem comigo se precisarem e agora apreciem as dicas que eu lhes falei. Paz e Bem em seus corações!
Maria Zilda Campos
1º REGRA: LEIA A BÍBLIA TODOS OS DIAS > É a regra de ouro por excelência. Não abra exceções. Leia quando tiver vontade e quando não tiver também. É como remédio: com vontade ou sem vontade, a gente toma, porque é necessário. Com a Bíblia, é a mesma coisa. E nos tempos em que estamos vivendo, isso é uma urgência. Tem gente que não consegue dormir sem ter tomado um bom banho: vira e revira na cama e não consegue dormir. O corpo realmente pede um banho ao final do dia, quando já realizamos todas as nossas atividades cotidianas. Faça também com que o seu espírito seja banhado da Palavra de Deus. Não deixe de dar ao seu Espírito o que você dá ao seu corpo!
2º REGRA: TENHA UMA BOA HORA MARCADA PARA A LEITURA > A melhor hora para começar uma leitura bíblica é pela manhã. Levante-se bem cedo para ler a Bíblia, antes de outras ocupações e antes que comece a movimentação em casa. Certamente é o que rende mais. Assim, fazemos logo cedo uma "super-refeição" e começamos o dia com força total. Mas se você não consegue se concentrar pela manhã, não tem problema. Escolha um horário que te convenha e faça a sua leitura bíblica. O importante é descobrir a melhor hora e fazer dela a sua hora marcada. Seja fiel e não abra exceções.3º REGRA: MARQUE A DURAÇÃO DO TEMPO > Esta é outra regra de ouro: marque a duração do tempo da leitura e seja sério consigo mesmo(a). É preferível dedicar 10 minutos todos os dias do que ser levado pelo entusiasmo inicial e não seguir em frente. Não é verdade que gastamos muito mais tempo com coisas bem menos necessárias: jornais, revistas, espelho, internet (orkut, msn, twitter...), televisão, videogame, etc? É bom reservarmos um tempo para Deus em nossos dias, e nada melhor que fazermos uma boa reflexão de Sua Palavra.
4º REGRA: ESCOLHA UM BOM LUGAR >Ter o cantinho da gente é muito bom. Não é preciso nada de especial. O que importa é que você tenha um lugar tranquilo, silencioso, que facilite a concentração e favoreça a criação de um ambiente de oração. É bom todos os dias tomar o nosso cantinho e aí fazer o nosso trabalho com a Bíblia. E, se num certo dia, não der para fazer o trabalho na hora marcada ou no lugar escolhido, não faz mal. Em qualquer lugar e em qualquer hora podemos trabalhar com a Bíblia. O essencial é não deixar de ler.
5º REGRA: LEIA COM CANETA OU LÁPIS NA MÃO > Não se trata de apenas ler, mas fazer uma leitura ativa. Um meio simples, mas eficaz, é ler com a caneta ou lápis na mão. Sublinhe as passagens mais importantes, aquilo que lhe chamou atenção, o que lhe falou e tocou de maneira especial. Use sinais significativos para você. Faça anotações. Não tenha medo de riscar a sua Bíblia, pois ela é um instrumento de trabalho. Você vai ter a sua Bíblia bem marcada e será fácil de lembrar e encontrar as passagens que procurar. Além disso, ajuda a concentrar melhor na leitura, entender a mensagem e gravar na mente e no coração.
6º REGRA: FAÇA TUDO NUM AMBIENTE DE ORAÇÃO > Você não está simplesmente fazendo um estudo e sim buscando um encontro com a Palavra de Deus. Está em busca de um contato íntimo com a Palavra Viva do Deus Vivo, que lhe fala profundamente. É um encontro vivo de pessoas vivas. Um encontro de pessoas que se amam. Muitos experimentam essa relação. Experimente você também. Mais interessado do que você está em escutar, está Deus em lhe falar. Ele quer instruir você (e é o que Ele faz). Ele quer levá-lo ao conhecimento da verdade. Por isso, esteja alerta! Permaneça em atitude de expectativa. Deus tem algo bem concreto e pessoal para lhe dizer.
(dicas retiradas do Livro A Bíblia do meu dia-a-dia – Mons. Jonas Abib- com adaptações).
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Início da Série Conhecendo melhor a Bíblia
Todo cristão precisa conhecer bem as sagradas escrituras. Da mesma forma que o médico precisa conhecer em profundidade a área em que atua dentro da medicina, do mesmo jeito que o advogado precisa dominar os conhecimentos jurídicos e o padre a ciência teológica, o bom cristão precisa conhecer a bíblia, pois ela é o livro por meio do qual o nosso Criador nos fala e através do qual conhecemos toda a história da salvação do povo de Deus. Nosso material não pretende esgotar suas leituras, mas apenas ajudar-lhe a começar outras.
Todo cristão precisa conhecer bem as sagradas escrituras. Da mesma forma que o médico precisa conhecer em profundidade a área em que atua dentro da medicina, do mesmo jeito que o advogado precisa dominar os conhecimentos jurídicos e o padre a ciência teológica, o bom cristão precisa conhecer a bíblia, pois ela é o livro por meio do qual o nosso Criador nos fala e através do qual conhecemos toda a história da salvação do povo de Deus. Nosso material não pretende esgotar suas leituras, mas apenas ajudar-lhe a começar outras.
Depois desse artigo “Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?” que considero de suma importância para iniciar um estudo bíblico, em cada edição do nosso jornal iremos refletir um pouco sobre um livro da Bíblia. Breve chegaremos ao Apocalipse.
Ronaldo José
Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?
A protestante tem apenas 66 livros porque Lutero e, principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14. A razão disso vem de longe. No ano 100 da era cristã, os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definir a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começava a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos, que os judeus não aceitaram. Nesse Sínodo, os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte: (1) Deveria ter sido escrito na Terra Santa; (2) Escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego; (3) Escrito antes de Esdras (455-428 a.C.); (4) Sem contradição com a Torá ou lei de Moisés. Esses critérios eram puramente nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia em 537aC. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados anteriormente. Mas a Igreja católica, desde os Apóstolos, usou a Bíblia completa. Em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma influente colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. O rei do Egito, Ptolomeu, queria ter todos os livros conhecidos na famosa biblioteca de Alexandria; então mandou buscar 70 sábios judeus, rabinos, para traduzirem os Livros Sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu, assim, a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta, que a Igreja Católica sempre seguiu. Essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram. Havia, dessa forma, no início do Cristianismo, duas Bíblias judaicas: a da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos LXX). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando inspirados (canônicos) os livros rejeitados em Jâmnia. Ao escreverem o Novo Testamento, utilizaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico. O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passaram para o uso dos cristãos. Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos Apóstolos. Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9; Rom 13,1 a Sb 6,3; Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11; Mt 11,29s a Eclo 51,23-30; Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42; Ap 8,2 a Tb 12,15. Nos séculos II a IV, houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Mas a Igreja, ficou com a Bíblia completa da Versão dos Setenta, incluindo os sete livros. Após a Reforma Protestante, Lutero e seus seguidores rejeitaram os sete livros já citados. É importante saber também que muitos outros livros, que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute. Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma, o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes. Ora, será que o Papa S. Clemente se enganou, e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e de Macabeus II; Santo Hipólito (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus. Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo. Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha. No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel. Lutero, quando estava preso em Wittenberg, ao traduzir a Bíblia do latim para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Biblícas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia. Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje. Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar, atuantes.” (DV,8). Se negarmos o valor indispensável da Igreja Católica e de sua Sagrada Tradição, negaremos a autenticidade da própria Bíblia. Note que os seguidores de Lutero não acrescentaram nenhum livro na Bíblia, o que mostra que aceitaram o discernimento da Igreja Católica desde o primeiro século ao definir o Índice da Bíblia. É interessante notar que o Papa São Dâmaso (366-384), no século IV, pediu a S. Jerônimo que fizesse uma revisão das muitas traduções latinas que havia da Bíblia, o que gerava certas confusões entre os cristãos. São Jerônimo revisou o texto grego do Novo Testamento e traduziu do hebraico o Antigo Testamento, dando origem ao texto latino chamado de Vulgata, usado até hoje.
Prof. Felipe Aquino
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