Paróquia de Tarumirim celebra Domingos de Ramos

Era mais ou menos sete e trinta da manhã e as primeiras pessoas da comunidade já chegavam à Igreja da Praça da Glória, em Tarumirim, para a celebração de Domingo de Ramos. Pela cidade afora, quem dirigia-se para a igreja via à sua frente inúmeros fiéis que levavam nas mãos ramos de várias espécies: uns, portavam palmeiras; outros, uma mistura de ramos, entre eles os mais conhecidos ramos de chá. O cenário lembrava, de fato, que estaria por acontecer uma grande acolhida a Jesus, que entraria triunfalmente na cidade de Jerusalém.
Às oito horas, o Padre anuncia o início da celebração do Domingo de Ramos e diz que nesse dia celebramos a entrada de Jesus em Jerusalém, e que os ramos que trazemos em nossas mãos significa acolhida ao mestre e desejo de segui-lo em seu percurso, até o dia da ressurreição.
O Domingo de Ramos é de grande importância na liturgia da nossa igreja, pois é a porta de entrada para a Semana Santa. Nesse dia, a igreja, presente no mundo inteiro, celebra a entrada de Jesus em Jerusalém cheio de humildade e aclamado pelo povo simples que o aplaudia. Aquele povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia há poucos dias e estava maravilhado. As pessoas estavam certas de que Jesus era o Messias anunciado pelos Profetas.
A maior parte da multidão estendia as suas vestes e outras cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. E as multidões o seguiam, clamando: “Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” E, entrando Ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou e perguntavam: Quem é este homem? E as multidões respondiam em alta voz: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia."
Depois dessas palavras, Padre Maurílio deu início à procissão em direção à Igreja Matriz.
Durante a caminhada, toda a multidão, animada pelo seminarista Júlio, cantava e rezava “Hosana ao filho de Davi”, demonstrando que ali estava começando a Semana Santa, centro do grande acontecimento de nossa fé: o mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Durante sua pregação na Igreja matriz, Padre Maurílio nos lembrava que “a abertura da Semana Santa mostra a cada um de nós que a vida é dom de Deus e a Ele deve ser oferecida, e que a nossa caminhada inicia aqui na terra tendo em vista, assim, o céu que nos espera. Os sofrimentos de Jesus Cristo são um alerta a todos nós para não desanimarmos diante dos sofrimentos do dia a dia, dos sofrimentos da vida, mas que Ele está conosco. Ele morreu e ressuscitou, essa é a fé que professamos (...). E, no Domingo de Ramos (...), cantamos o hino de louvor a Jesus vitorioso que venceu a morte pela sua vida, pela sua ressurreição”.
Para compreender o que acontece no Domingo de Ramos e descobrir o que isto significa em todos os tempos da igreja, revela-se importante certos pormenores, aliás o segundo deles (descrito abaixo), se tornou inclusive para os seus discípulos a chave para a compreensão deste acontecimento quando, após a Páscoa, eles voltaram a percorrer com um novo olhar aqueles dias tumultuosos.
1° A entrada triunfal do Senhor em Jerusalém, no domingo anterior à sua crucificação e ressurreição, representa a recepção gloriosa que lhe prestaria a Sua Igreja, prestes a ser estabelecida; representa a recepção do Senhor como Rei da Glória, como Divina Verdade, como forma visível do Divino Amor na forma humana;
2° Jesus entra na Cidade Santa montado num jumento, ou seja, o animal das pessoas simples do campo, e além disso num jumento que não lhe pertence, mas que Ele, para essa ocasião, pede emprestado. Ele não chega num majestoso carro de luxo, nem a cavalo, como os poderosos do mundo, mas montado num jumento que tinha pedido emprestado. João narra-nos que, num primeiro momento, os discípulos não O compreenderam. Somente depois da Páscoa entenderam que Jesus, agindo deste modo, estava a cumprir os anúncios dos profetas, compreenderam que o seu agir derivava da Palavra de Deus e que a levava ao seu cumprimento. "Não temas, Filha de Sião, olha o teu Rei chega sentado na cria de uma jumenta" (Jo 12, 15; cf. Zc 9, 9);
3° O povo acolheu Jesus saudando-o com ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória e nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus e defensores da fé católica.
“Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga. E a maior parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” Mateus 21:4-5, 8-9.

Abaixo, vídeo de trecho da pregação de Padre Maurílio, do dia da Missa de Ramos 2011, onde ele fala sobre a importância da celebração.


RONALDO JOSÉ FERREIRA

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